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Mostrando postagens de maio, 2018

O NOVO CICLO DO ATRASO

(Foto: Estadão)              Qualquer tentativa de dissociar o governo Temer do governo Dilma é mera ilusão e não resiste aos fatos. Não apenas porque os dois foram eleitos juntos por duas vezes, mas também porque, ao quebrar o verniz ideológico que cobre o antigo partidão, o PMDB, e o novo partidão, o PT, damos com o mesmo caroço. Não foi por isso que fizeram uma aliança que sobreviveu por três governos e meio, na qual atuavam juntos como carne e unha? Que discordâncias havia no congresso entre os dois grandes aliados nos tempos das vacas livres? Apenas pequenas brigas de egos e disputas por cargos. Se houve algum cisma relevante, que alguém dê um passo adiante e se pronuncie. O casal que hoje parece improvável não trocava antes juras de amor eterno? Não loteara o congresso nacional: controle do senado para você e controle da câmera para mim? Os cargos comissionados, os controles dos órgãos e empresas públicas não eram rateados equitativamente, assim como a propina?          

CELEBRE-TE

(Imagem da Web)          Vivemos num mundo obcecado pela fama, pela celebrity. Até mesmo quem não leva jeito para a ribalta faz trejeitos de famoso e diz que mora no Soho. O argumento é de que é no alto e na moleza que muito se ganha fazendo nada ou muito pouco, conforme o velho ditado: os de cima bebem água limpa e os de baixo chafurdam na lama.             Na era da comunicação instantânea, ficou muito fácil ser uma celebrity. Bastam cinco mil likes, dez mil votos em uma petição para salvar as baleias mink, uma participação no reality show Big Butt Brazil ou, em último caso, uma ponta de comediante-ministro no governo Michel Temer. Já tem gente vendendo o pouco que lhes resta, como a virgindade ou a alma, para amealhar um lugarzinho no topo da página do que antes chamaríamos de pasquim online, mas que agora deve ser denominado fake celebrities.             Uma vez conquistado o rótulo de celebrity, poderá participar de comerciais da JBS e do Banco do Brasil, assinar livr

KEEP WALKING

                       Então você descobre que aquele hábito antigo pode ser retomado depois de mais de vinte anos e que os joelhos, assim como as demais articulações, além dos músculos, coração e pulmão, enfraquecem-se muito mais com o sedentarismo do que com a marcha dolorida. A dor, afinal, tem também seu lado abstrato, depende da importância que se dá a ela. Se nascemos em um ato de dor e assim também encerramos nossas vidas, qual é o problema de senti-la durante o percurso?             A bem da verdade, antes eu corria, agora eu caminho. Idade oblige, mas, com uma pitada de humor, essa mudança pode ser encarada como uma vantagem: foi caminhando e não correndo que o gênero humano fortaleceu-se e colonizou o planeta, das florestas tropicais aos polos gelados. Só muito tempo depois, tomado da nostalgia do seu lugar de origem, foi que ele começou a navegar. E possivelmente safou-se de muitas situações a nado, mas isso foi para curtíssimas distâncias.              E, dep